Omar al-Bashir é acusado de ser o mentor de inúmeras atrocidades durante sua campanha para combater conflitos na região oeste de Darfur

O governo do Sudão anunciou na quarta-feira (11) que decidiu entregar o ex-presidente Omar al-Bashir ao TPI (Tribunal Penal Internacional de Haia), nos Países Baixos, informou matéria da VOA News (Voice of America). O político responderá por crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio no conflito em Darfur.

O anúncio foi feito pela ministra das Relações Exteriores do país, Mariam Sadiq al-Mahdi, que assumiu o compromisso com o promotor-chefe do TPI, Karim Khan, durante encontro em Cartum, capital do Sudão, na terça-feira.

Outros antigos oficiais do regime também serão entregues, disse Mahdi à mídia estatal.

Bashir, 77 anos, que governou o país por três décadas até ser deposto em 2019, está entre os procurados – a lista inclui Abdel Raheem Muhammad Hussein, ex-ministro da Defesa – pelo Tribunal Internacional desde 2009, quando teve mandados de prisão emitidos. Ele é acusado de ser o mentor de inúmeras atrocidades durante sua campanha para combater uma revolta na região oeste de Darfur.

Ali Kushayb, um ex-comandante da milícia sudanesa, já está em Haia, onde será julgado por dezenas de acusações que envolvem, também, crimes de guerra e crimes contra a humanidade na região desértica no oeste do Sudão, que passou por uma limpeza étnica no começo dos anos 2000.

Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), estima-se que os confrontos entre grupos rebeldes, governo e forças aliadas, que ocorrem naquela região desde 2003, tenham causado mais de 300 mil mortes e 2,5 milhões de deslocados.

Bashir atualmente está preso em Cartum, onde cumpre pena de dois anos por lavagem de dinheiro e corrupção. Ele também responde processo pelo golpe de Estado que o levou ao poder em 1989.

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