*Por Rodrigo Tomazini

Ontem à noite (20/07) fomos surpreendidos(as) com o pronunciamento em rede nacional de um senhor que se apresentou como Ministro da Educação. Até então desconhecido, Milton Ribeiro, o autodenominado Ministro, defendeu o retorno imediato das aulas presenciais, assim como aproveitou para propagandear suas crenças, desrespeitando o Estado Laico (garantido pela Constituição Federal), o que não é nenhuma novidade nesse governo.

Mas o que mais chama a atenção é, em um governo marcado pelo ataque à educação, à pesquisa, à ciência, à busca do saber e cercado de propagandeadores do negacionismo, alguém queira nos convencer de que está preocupado com a educação.

Por outro lado, para quem acompanha a CPI da Covid onde dia após dia observamos um governo que agiu para distribuir medicamentos ineficazes, negar a importância do isolamento social, uso de máscaras e testes em massa, ou mesmo um governo que desdenhou dezenas de propostas de vacinas para muito provavelmente poder negociar propina, defender o retorno às aulas presenciais nesse momento só pode ser mais uma ação da política genocida de Bolsobaro e seus seguidores.

A conclusão mais óbvia é que não estão preocupados com a educação, mas sim em manter o caos instalado em nosso país, onde mais de meio milhão de pessoas já perderam suas vidas.

Nem bem o senhor (aquele que diz ser ministro da educação) fez seu pronunciamento, uma enxurrada de reportagens de redes de televisão como a Globo, foram consultar “especialistas” de institutos e redes privadas, sabidamente preocupados somente com os seus lucros. Sim, os mesmos setores das carreatas pró Covid foram confirmar a importância da reivindicação do sinistro da educação.

Países como Inglaterra que começou a relaxar as medidas de segurança com 70% da população com primeira dose e 50% da população imunizada, começam a rever seus posicionamentos. Israel teve que voltar a orientar uso de máscaras 10 dias após o emocionante descarte por parte dos estudantes. A Holanda se arriscou em um festival e o resultado foram mais de 1000 contaminados em dois dias. Nova York também começa a voltar as orientações de segurança.

O que esperar do Brasil, um país com menos de 20% de imunizados(as)?

O retorno presencial vai intensificar o caos em nosso país. Estudantes precisarão pegar vans, pais acompanharão em ônibus superlotados e a sensação de normalidade vai fazer relaxar ainda mais os protocolos de segurança.

A partir do dia de hoje (22/07) temos 10 estados em aulas presenciais.
A variante delta chega ao país e hoje já sabemos de 110 casos. Sabemos também que no Brasil só são testados os que procuram atendimento médico, portanto, esse número é muito maior.

Mais uma vez é hora da educação se colocar no campo da luta e, em luta, confrontar os governos e seus planos genocidas.

A tragédia está anunciada! A CNTE tem obrigação de fazer um chamado de greve geral da educação nos 10 estados que retornaram e orientar para o não retorno nos 9 estados que planejam retornar até agosto.

Chega de negacionismo!

Chega de genocídio!

Greve Nacional Pela Vida!

Rodrigo Tomazini é diretor da APP sindicato, núcleo Curitiba Norte.

Escrito por:

0 Comentários

Os comentários estão fechados.

Você também poderá gostar de:

[related_post]