Evento realizado na capital paulista reúne mais de 900 atletas, com diversos tipos de deficiência, até a próxima sexta, 26. Além do espírito esportivo, competições promovem interação e autoaceitação entre os participantes

Maior evento do mundo para crianças e jovens com deficiência em idade escolar, de 12 a 17 anos, as Paralimpíadas Escolares têm tido um papel fundamental na formação e autoaceitação da pessoa com deficiência na adolescência. O evento, ao reunir 902 atletas de 25 unidades da federação, tem mudado a vida dos participantes que têm disputado as 13 modalidades do projeto do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), realizado no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo.

Neste período, muitos jovens de vários estados revelaram a inédita experiência do acolhimento e do pertencimento que vivenciaram entre uma competição e outra. A tocantinense Maria Eduarda Ribeiro dos Santos, os paulistas Samuel Oliveira e Endrio Santana, e a gaúcha Larissa Rodrigues foram alguns dos que partilharam destes momentos pessoais importantes vividos durante as Paralimpíadas Escolares, como a autoaceitação das suas próprias deficiências.

“Eu nunca tinha visto tantas pessoas com deficiência no mesmo lugar, eu tinha vergonha das minhas pernas. Não postava fotos com elas aparecendo. E aqui eu vi que não precisava ter vergonha”, relatou Maria Eduarda, 16, de Tocantins, que participa pela primeira vez das Paralimpíadas Escolares. Ela tem paralisia cerebral, que afeta os movimentos das pernas, e disputa o parabadminton na classe WH2.

“Eu não imaginava o tamanho da competição quando comecei há uns anos. Conheci muitas pessoas com deficiências diferentes e consegui perceber que todo mundo se supera. Não que nós sejamos coitados, mas todo mundo se supera diariamente”, contou a gaúcha Larissa Rodrigues, de 17 anos, da classe S3 da natação, que já está em sua terceira edição do evento. Larissa tem má-formação congênita nos quatro membros.

Neste ano, 13 modalidades serão disputadas até a sexta, 26: atletismo, basquete em cadeira de rodas (formato 3×3), bocha, futebol de 5 (para cegos), futebol de 7 (para paralisados cerebrais), goalball, judô, natação, parabadminton, parataekwondo, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas e vôlei sentado.

As Paralimpíadas Escolares tiveram a sua primeira edição em 2009 e são consideradas um grande celeiro de atletas. Além disso, é um evento que proporciona a convivência entre adolescentes com diversos tipos de limitações, já que as modalidades contemplam três grandes grupos de deficiência: visual, física e intelectual.

“O que eu mais aprendi é que todos somos diferentes, mas todos temos qualidades, além da parte esportiva”, completou Endrio Santana, de 16 anos, que é cego devido a um descolamento de retina e representa São Paulo no goalball.

Além das arenas utilizadas para as disputas, há também um espaço dedicado para a integração e lazer dos atletas quando não estão competindo. Neste local, há jogos em equipamentos e até videogames.

“Tem gente que pensa que não tem ninguém igual a ela, que ninguém gosta dela, e aqui você encontra todas as deficiências. Já encontrei outro biamputado de braço, assim como eu, mas ele já nasceu assim”, contou o paulista Samuel Oliveira, 16 anos, da classe S5 da natação. Samuka, como é conhecido entre os amigos, perdeu os dois braços após um acidente com choque elétrico aos nove anos.

Os resultados podem ser acompanhados pelos boletins, confira aqui, e também pelo aplicativo “CPB Resultados”, disponível para Apple e Android.

As Paralimpíadas Escolares são idealizadas e organizadas pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Em 2020, devido à pandemia da Covid-19, o evento não foi realizado.

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As Paralimpíadas Escolares contam com o patrocínio da SKY

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