Caso contra editora do OESP evolui no MPT em investigação sobre assédio
A denúncia, inicialmente registrada anonimamente no site da instituição, evoluiu para um Procedimento Preparatório. Isso marcou um momento crítico para a apuração desses eventos. O movimento processual, que precede um inquérito civil, tem potencial para desencadear ações legais
Diante do volume de material comprobatório quanto ao assédio da jornalista Andreza Matais, editora de Política do diário conservador paulistano O Estado de São Paulo (OESP), a repórteres do jornal para que produzissem notícias falsas tornou-se, nesta quinta-feira, em processo contra o jornal e sua funcionária. A autarquia acatou denúncias graves de assédio moral e constrangimento no ambiente de trabalho, particularmente no setor de política.
A denúncia, inicialmente registrada anonimamente no site da instituição, evoluiu para um Procedimento Preparatório. Isso marcou um momento crítico para a apuração desses eventos. O movimento processual, que precede um inquérito civil, tem potencial para desencadear ações legais. Entre elas, indenizações e outras medidas punitivas. Isso visando os profissionais acusados de assédio a subordinados. Isso poderia envolver a assinatura de um termo de ajuste de conduta.
Dirigente
As denúncias, comprovadas no inquérito, indicam que Matais teria exercido pressões sobre jornalistas mais jovens e recém-contratados. Assim, forçando-os a redigir reportagens distorcidas para atender aos interesses pessoais dela. Matais é casada com um dirigente da federação PSDB-Cidadania, o que levanta suspeitas sobre possíveis conflitos de interesse.
O procurador do MPT Tiago Muniz Cavalcanti escreveu na denúncia sobre o tema.
“Os fatos narrados sinalizam, em tese, violação aos direitos tutelados pelo Ministério Público do Trabalho, mormente os alegados assédios e constrangimentos que configuram, caso verídicos, atentado contra a democracia e à liberdade de imprensa”.