Campanha quer ampliar em 5% doação de leite materno no país

Atualmente, 55% dos bebês prematuros recebem leite humano

O Ministério da Saúde lançou nesta quinta-feira (18) a Campanha Nacional de Doação de Leite Humano, com a meta de ampliar em 5%, em 2023, a oferta de leite materno a bebês prematuros ou de baixo peso internados em UTIs e que não podem ser amamentados pelas próprias mães.

Com esse percentual, será possível atender, pelo menos, 60% da demanda por leite humano, o equivalente a 245,7 mil litros. Atualmente, 55% dos bebês prematuros ou de baixo peso recebem leite humano. Em 2022, foram coletados 234 mil litros de leites, que alimentaram 222 mil recém-nascidos. No total, 197 mil mulheres fizeram doações no período.

Com o slogan, “Um pequeno gesto pode alimentar um grande sonho. Doe leite materno”, a campanha marca o Dia Nacional de Doação de Leite Humano, celebrado nesta sexta-feira (19), e quer atrair mais doadoras. 

Segundo o ministério, o leite humano reduz em até 13% a mortalidade de crianças menores de 5 anos por causas evitáveis. “Um agravante é que os estoques dos bancos de leite costumam cair durante as férias escolares ou de feriados prolongados. Historicamente, os primeiros meses do ano são os que têm o menor número de doações. Por isso, a importância da campanha ser realizada no primeiro semestre. Esta ação não pode se encerrar na campanha”, explicou Sônia Venâncio, coordenadora de Saúde da Criança e do Adolescente do Ministério da Saúde.

Brasília (DF), 18/05/2023 - Coordenador da Rede Global de Banco de Leite Humano, João Aprígio, participa do Lançamento da Campanha Nacional de Incentivo à Doação de Leite Materno  .Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
Coordenador da Rede Global de Banco de Leite Humano, João Aprígio, participa do Lançamento da Campanha Nacional de Incentivo à Doação de Leite Materno. Foto:  Wilson Dias/Agência Brasil

A coordenadora acrescentou que o leite humano diminui o tempo de internação dos recém-nascidos prematuros e com baixo peso, risco de infecções nos hospitais e compra de fórmulas infantis. Outra meta é buscar a autossuficiência dos bancos de leite humano do país. Somente o banco do Distrito Federal é autossuficiente.

Em vídeo, transmitido no lançamento, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, ressaltou que a doação de leite materno é um procedimento seguro, que não envolve risco para as mulheres. 

Mãe de Sofia, Camila de Lima Ribeiro contou como a doação de leite humano foi importante para salvar a filha. “Eu tive um quadro muito forte de anemia e não consegui amamentar minha filha por uma semana e meia. Graças ao banco de leite e a ajuda de outras mães, Sofia está aqui firme e forte”, disse. Depois, ela tornou-se doadora do banco de leite humano em Brasília.  

O Brasil é o país com a maior rede de bancos de leite humano do mundo, com 227 unidades e 240 postos de coleta distribuídos por todos os estados, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS). Além de coletar, processar e distribuir leite, os bancos e postos oferecem assistência a mulheres na prática do aleitamento materno.

Como doar leite materno

O Ministério da Saúde reforça que qualquer quantidade de leite pode ser doada. Um pote de 200 ml, por exemplo, serve para alimentar até dez bebês prematuros ou com baixo peso. Toda mulher que está amamentando pode ser doadora. É preciso estar em condição saudável e não estar tomando medicação que interfira na amamentação.

Para saber a localização de um banco de leite humano, basta ligar para o número 136 ou acessar o site da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano.


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