De acordo com dados das secretarias de saúde estaduais, compilados pelo consórcio dos veículos de imprensa, o Brasil passou, na quinta-feira (7), a marca de mais de 200 mil mortes por Covid-19. O país registrou hoje 200.011 óbitos e 7.921.803 casos confirmados de coronavírus.

A primeira morte por Covid-19 no país aconteceu em março de 2020. Cerca de cinco meses depois, em 8 de agosto, o Brasil passou dos 100 mil óbitos. E, passados mais cinco meses, ultrapassa agora o patamar de 200 mil mortes.

A marca é alcançada em meio a críticas sobre a demora do governo federal em anunciar o Plano Nacional de Imunização (PNI), que só foi divulgado em meados de dezembro, e diante do atraso em relação a outros países, como Estados Unidos, Inglaterra, Itália, Índia, Rússia e Israel, que já iniciaram suas campanhas de vacinação.

Havia uma expectativa de que o Brasil pudesse ser um dos primeiros países a vacinar sua população, já que testes clínicos de alguns dos imunizantes mais promissores do mundo foram iniciados no país. Isso ocorreu porque quando as vacinas começaram a ficar prontas para serem testadas em larga escala, a pandemia estava regredindo em outros países e avançando com força pelo Brasil, tornando o país um ambiente propício para os estudos.

O fato de os governos, em âmbito federal, estadual e municipal, terem relaxado as medidas restritivas nos últimos meses de 2020 também foi considerado um equívoco.

Logo após a pandemia ter recrudescido pela segunda vez em países europeus e nos Estados Unidos, especialistas alertaram sobre o risco de um novo avanço da pandemia pelo Brasil, mas nenhuma medida realmente eficaz foi tomada para evitar a perda de mais vidas no país.

Atualmente, o Brasil é o segundo país com maior número de mortes por Covid-19 do mundo em termos absolutos, só atrás dos Estados Unidos, onde o coronavírus já fez mais de 360 mil vítimas.

Luz no fim do túnel?

Em meio ao avanço do vírus no país, o Brasil recebeu uma notícia, também nesta quinta-feira, que traz algum otimismo: uma das vacinas mais avançadas em termos de produção em solo nacional, a CoronaVac, apresentou eficácia de 78% em casos leves, segundo os resultados da fase 3 de testes clínicos, a última antes da aprovação final.

A vacina da farmacêutica chinesa Sinovac, que está sendo produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, foi testada em 12,4 mil profissionais de saúde voluntários em 16 centros de pesquisa.

De acordo com o anúncio feito pelo Instituto Butantan e pelo governo estadual de São Paulo, nenhum dos voluntários da CoronaVac apresentou quadro grave da doença, portanto não houve registro de internações ou morte entre eles. Com base nessa conclusão, o governo disse que a vacina apresentou eficácia de 100% em casos graves.

A forma de divulgação dos dados, que distingue a eficácia entre casos leves e graves, é diferente da forma adotada por outras farmacêuticas, que apresentaram os percentuais de eficácia por faixa etária. Foi o caso da Moderna, por exemplo, que apresentou eficácia de 94,5% e da Pfizer, de 95%.

Também nesta quinta-feira, o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, confirmou o contrato com o Instituto Butantan, que prevê a compra de 100 milhões de doses da CoronaVac. A confirmação vem após uma intensa disputa política, envolvendo o imunizante, o governador paulista João Doria e o presidente Jair Bolsonaro.

Na quarta-feira (6), o ministro já havia informado que com as 100 milhões de doses da CoronaVac e outras 254 milhões da vacina da Oxford/AstraZeneca, o país tem asseguradas 354 milhões de doses de vacinas em 2021. No mesmo pronunciamento, Pazuello garantiu que a imunização no país começará até o dia 25 de janeiro – mesma data prevista para o início da campanha de vacinação do governo de São Paulo.

Também trouxe algum alento a notícia de que o presidente Jair Bolsonaro editou nesta quarta-feira a Medida Provisória (MP) 1026/21, que flexibiliza regras para facilitar a aquisição de vacinas e insumos e dinamizar os processos. O texto possibilitará a aquisição de insumos e vacinas em fase de desenvolvimento e antes do registro sanitário ou de autorização de uso emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Fonte: Infomoney

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