Beth Gomes volta a quebrar recorde Mundial no arremesso de peso durante abertura do Campeonato Brasileiro

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Primeiro dia de disputa também teve recordes das Américas de Matheus de Lima e Wanna Brito; competição realizada no Centro de Treinamento Paralímpico de 15 a 17 de junho serve como preparação para Mundial da modalidade, que será realizado em Paris no próximo mês

A campeã paralímpica Beth Gomes, 58, voltou a quebrar o recorde Mundial no arremesso de peso da classe F53 (cadeirantes) durante a abertura do Campeonato Brasileiro Loterias Caixa de atletismo, nesta quinta-feira, 15, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. A competição vai até sábado, 17, com disputas de pista e campo. No domingo, 18, ainda haverá a realização do Desafio CPB / CBAt da modalidade no mesmo local. 

Os Campeonatos Brasileiros começaram a ser organizados e realizados pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) em 2018. Desde então, apenas em 2020 não houve competições, devido à pandemia de Covid-19. O Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, recebeu a inscrição de 612 atletas para a competição nacional desta semana.

A atleta santista obteve a melhor marca mundial nesta quinta-feira ao arremessar o peso em 7,16m. O recorde anterior, segundo o site do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, em inglês), era da neozelandesa Smith Cristeen, com 5,88m alcançados na Alemanha, em 1994. Porém, a própria Beth já havia feito um arremesso melhor pela mesma classe, 6,51m no Grand Prix de Marrakech, disputado em março. 

“Foi uma competição bem complicada, por causa do tempo chuvoso, o que faz o implemento escorregar da mão. Mas, graças a Deus, foi tudo bem, entrei muito preparada, aquecida e estou muito feliz”, afirmou.

A santista diz se sentir em evolução e preparada para competir no Mundial, onde competirá em três provas: lançamento de disco e de dardo e arremesso de peso. “Vou lá fazer o meu melhor, independente de medalha, para que eu possa deixar a minha marca”, completou.

O resultado vem um mês após ela estabelecer a melhor marca mundial do lançamento de dardo durante a Segunda Fase do Circuito Nacional Loterias Caixa de atletismo, em maio, também no Centro de Treinamento Paralímpico.

A edição do ano passado já havia sido marcada por uma quebra de recorde mundial da paulista Beth Gomes no arremesso de peso, quando ainda atuava pela classe F52. Isso porque, em março deste ano, ela passou por reclassificação. A atleta tem esclerose múltipla, diagnosticada nos anos 1990, e representa o clube ASPA.

Além disso, a primeira manhã da competição teve a quebra de dois recorde das Américas por outros dois atletas que representarão o Brasil no Mundial da modalidade em breve: o primeiro na prova dos 100m da classe T44 (atletas com limitações em membros inferiores), pelo paulista Matheus de Lima, e o segundo pela amapaense Wanna Brito, da F32 (paralisados cerebrais), também no arremesso de peso.

Matheus, da classe T44 (atletas com limitações nas pernas) correu a prova em 11s65 e garantiu o novo recorde das Américas na disputa. A marca anterior era do próprio Matheus, que havia corrido 11s67 no Grand Prix de Paris, realizado em 2022.

Ele disse estar satisfeito com o resultado, obtido logo após sua recuperação de uma lesão no músculo posterior da coxa direita que o afastou das pistas por um mês. “Estou treinando novamente faz pouco tempo. Vou me dedicar muito nessas semanas que faltam para o Mundial, vou voltar a treinar mais pesado. Essa foi minha primeira corridinha desde a lesão, estou muito contente”, disse o atleta, que representa o clube Fundesport e que tem uma má-formação congênita nas pernas.

Já a amapaense Wanna Brito, 26, do clube FPA-AP estabeleceu o recorde das Américas no arremesso de peso ao lançar a 7,35. A própria atleta já havia arremessado a 6,98m em maio, no Circuito Loterias Caixa. O site do IPC, porém, registra ainda que o recorde continental é da argentina Marilu Romina Fernandez, que arremessou 5,14m em setembro de 2022, em Paris.

Participam do Campeonato Brasileiro de atletismo medalhistas paralímpicos e jovens promessas do paradesporto brasileiro, incluindo os medalhistas Alessandro Silva, ouro e recordista paralímpico no lançamento de disco na classe F11 (para atletas cegos); Petrúcio Ferreira, ouro e recordista paralímpico nos 100 m na classe T47; Claudiney Santos, ouro no lançamento de disco, e Raissa Machado, prata e recordista mundial no lançamento de dardo, ambos pela F56, entre outros.

O torneio neste ano servirá como preparação para o Mundial da modalidade, que será realizado em Paris, de 8 a 17 de julho, no qual participarão 54 atletas e 11 atletas-guias. brasileiros, incluindo Beth e Matheus.

O Mundial de atletismo de Paris é o primeiro após os Jogos de Tóquio 2020 e deve ser o maior evento paralímpico a ocorrer na capital francesa antes dos Jogos Paralímpicos de Paris 2024. O Mundial de Kobe (JAP), que aconteceria em 2021, foi adiado duas vezes devido à pandemia e confirmado para o ano que vem, de 17 a 25 de maio.

A delegação brasileira com seus 54 atletas e 11 atletas-guia será a maior do país na história dos Mundiais da modalidade. Antes, a maior equipe brasileira de atletismo em Mundiais havia sido em Dubai (EAU) 2019, quando o país convocou 43 atletas. Naquela ocasião, os brasileiros fizeram a melhor campanha da história do país na competição, na segunda colocação do quadro geral, com 39 medalhas no total: 14 de ouro, nove de prata e 16 de bronze.


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