Bebeto relembra caso de racismo sofrido por Mauro Silva quando jogavam na Espanha, fala de polêmica com Romário e recorda histórias do tetra
Podcast com Téo José e seu filho Alessandro estreou nas plataformas digitais do SBT na segunda-feira (5) e contou com a participação de Zinho. Na quinta (8), com o cãozinho Anselmo no estúdio, tem edição especial com Mauro Beting para falar da grande final da UEFA Champions League
Estreou na última segunda-feira (5), nas plataformas digitais do SBT, o podcast “Pod Pai Pod Filho”, apresentado em família pelo narrador Téo José, seu filho Alessandro e o cãozinho Anselmo. E logo na estreia, um programa e tanto com o ex-atacante Bebeto, que abriu as portas de sua casa no Rio de Janeiro.
Em mais de uma hora de conversa, Bebeto relembrou momentos de sua carreira, ganhou a companhia de Zinho para contar as histórias que marcaram o tetracampeonato mundial conquistado em 1994, falou da sua vida na política, a recente polêmica com Romário e de outros temas importantes dentro e fora das quatro linhas, como os casos de racismo contra Vinícius Júnior.
Ao abordar o tema, Bebeto revelou ter presenciado inúmeros casos de racismo desde os tempos em que defendeu o Deportivo La Coruña nos anos 90, inclusive com o ex-companheiro Mauro Silva, e cobrou medidas enérgicas para combater a questão.
“Uma vez jogou eu e Mauro Silva contra o Tenerife e (sofremos racismo) dos próprios jogadores deles. Na época era até um argentino, o Fernando Redondo, chamava o Mauro de mono (macaco)”, contou.
“Fico triste (com os casos recentes). Não adianta só falar, tem que agir. Banir do futebol uns caras desses. Não deixar ir ao estádio. É inadmissível no Século XXI a gente ainda viver isso. Fico revoltado, mas temos que agir. Fazer alguma coisa”, completou.
Polêmica com Romário
Bebeto também não deixou de comentar a recente polêmica com o ex-companheiro Romário que o chamou de “traidor” por divergências políticas.
“Foi uma tristeza muito grande. Eu e o Romário nunca tivemos problema dentro de campo e nem fora dele. Quem deveria estar chateado era eu. Fui para o Podemos (partido) porque ele me chamou. Depois, ele saiu e nem me avisou. Soube através da imprensa… Eu sei separar a vida pessoal da política…. Vou brigar com ele porque ele escolheu o outro lado? Jamais iria fazer isso”, afirmou.
Teimosia o tirou da Copa de 1986
Um dos principais jogadores do Brasil no título da Copa do Mundo de 1994, Bebeto também jogou os Mundiais de 1990 e 1998. E se não fosse a teimosia da época de garoto, segundo ele, também estaria no torneio disputado no México, em 1986.
“Cheguei para o Telê Santana e falei: ‘Professor, queria falar com o senhor. Se for para você me levar, me deixar no banco e não me botar, não me leva não. Aí ele disse: ‘Ia te convocar, mas agora você não vai’. Coisa de garoto de querer de jogar. Fui teimoso”, declarou.
Histórias da Copa do 1994
Para relembrar os momentos da conquista do tetra e os bastidores daquele Mundial, Bebeto chamou para a conversa o seu grande amigo Zinho. Juntos, os dois dividiram quarto nos Estados Unidos. Inclusive, ele
“(O Zinho) é meu irmão, aquele cara que está sempre ali dando conselho. A gente conversava muito um com o outro. Um incentivava o outro e quando íamos para o jogo a gente estava preparado”, recordou Bebeto
“O Bebeto é aquele refúgio. Aquela pessoa que não está com a sua família de sangue, mas, ao seu lado, está um irmão que você escolheu na vida. A gente já tinha uma relação do Flamengo, já dividíamos quarto. É uma época que não tinha os recursos que tem de um tempo para cá, então a nossa diversão era um brincar com o outro, um zoar o outro”, contou Zinho.
Perda do irmão quase o fez largar a carreira
Bebeto teve uma carreira vitoriosa e foi um dos grandes atacantes da sua geração no futebol brasileiro e mundial. Uma tragédia, contudo, quase o fez desistir da carreira, em 1984, quando em um acidente aéreo acabou perdendo o seu irmão.
“Quando o mano faleceu no acidente de avião com o Figueiredo (jogador do Flamengo), voltei pra Salvador e disse: ‘Não quero mais, vou ficar aqui mesmo’, contou.
Segundo ele, o apoio da família, dos veteranos do Flamengo e do presidente na época George Helal foram fundamentais.
“Quando jogava e fazia um gol, lembrava muito dele. Ele ficava na arquibancada torcendo por mim. Foi muito difícil, um dos momentos mais difíceis na minha vida. Essa morte trágica me deixou sem rumo, mas com o apoio dos meus pais, irmãos… Vieram morar comigo e aí voltei. O pessoal me recebeu, jogadores também e foi assim que eu fui tendo força para superar”, explicou.
Programas semanais e edição especial na quinta
Novos programas serão publicados todas às segundas no canal do SBT Sports no YouTube e no próprio Pod Pai Pod Filho. Nesta semana de estreia, porém,n a quinta-feira (8), terá uma edição especial do podcast com Mauro Beting como convidado para falar da grande final da UEFA Champions League, entre Manchester City-ING e Inter de Milão-ITA, com transmissão da emissora no sábado, dia 10 de junho, a partir das 15h (de Brasília).
“O Mauro Beting é uma enciclopédia de Champions League. Esse podcast será um grande aquecimento para a final que o SBT transmite no sábado, dia 10. Vamos lembrar de muita coisa do passado, curiosidades, os preparativos para o jogo e até o show da Anitta”, disse Téo José.