Autoridades mexicanas investigam massacre após confronto de grupos criminosos rivais em deserto remoto

 As autoridades mexicanas do Estado de Guerrero, região do sudoeste do país assolada pela violência, disseram que investigam um assombroso massacre ocorrido em parte de um remoto deserto onde dois grupos criminosos rivais lutam por controle.

Investigadores da polícia encontraram cinco corpos carbonizados empilhados em um veículo queimado quando chegaram a Buenavista de los Hurtado na sexta-feira, disse o procurador-geral do Estado em  comunicado divulgado na noite de sábado.

A mídia local informou, a partir de imagens compartilhadas por supostos membros da Família Michoacana nas redes sociais e de entrevistas com fontes não identificadas na área que,  30 pessoas morreram após um ataque de drone.

Nos vídeos filmados no deserto, homens fortemente armados vestidos com roupas militares são vistos empilhando corpos — alguns nus, com as roupas espalhadas pelo chão — no capô e na traseira de uma caminhonete vermelha crivada de buracos de bala.

Alguns dos homens pareciam ter membros decepados e pelo menos um deles estava sem a cabeça.

Uma cabeça decepada é colocada no topo da pilha humana por um homem, enquanto outro, segurando a câmera e filmando a picape de todos os lados, diz, usando palavrões, para “enviar mais”.

Desde sua postagem, na noite de sexta-feira, o vídeo acumulou 3,1 milhões de visualizações no X, rede social anteriormente conhecida como Twitter.

A Reuters não conseguiu verificar o vídeo de forma independente, mas vários meios de comunicação locais publicaram posteriormente vídeos amplamente compartilhados mostrando o que parecia ser a mesma picape e corpos queimados.

As autoridades mexicanas disseram no comunicado que estavam cientes de um “confronto entre os grupos criminosos da Família Michoacana e Los Tlacos, que mantêm uma disputa contínua pelo controle da área”.

Investigadores da polícia não encontraram evidências de outros crimes, disse o comunicado, acrescentando que os moradores se recusaram a fornecer amostras de DNA que permitiriam a identificação dos restos mortais e o avanço das investigações.

A Reuters não pôde colher comentários dos moradores da região.