Abertura do Circuito Loterias Caixa de atletismo registra primeiro recorde mundial do ano
Mais de 350 atletas de todo o país participam da primeira etapa do Circuito Nacional Loterias Caixa de atletismo, no sábado, 16, e domingo, 17, no Centro de Treinamento Paralímpico, na cidade de São Paulo
A amapaense Wanna Brito, 27, estabeleceu um novo recorde mundial na primeira manhã de competição da etapa de abertura do Circuito Loterias Caixa de atletismo. A competição reúne 359 atletas de todas as regiões do país – além de México e Argentina –, nestes sábado, 16, e domingo, 17, no campo e na pista de atletismo do Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo (SP).
No arremesso de peso da classe F32, Wanna, que defende a FPA (AP), alcançou 7m85, estabelecendo assim o novo recorde mundial da prova nesta classe. A classe F32 é exclusiva para atletas com transtornos de movimento de alto grau em todo o tronco e em ambos os braços e pernas. Os competidores arremessam sentados e com uma das mãos apoiadas no equipamento.
Esta é a primeira etapa do tradicional Circuito Loterias Caixa, organizado e promovido pelo Comitê Paralímpico Brasileiro desde 2005. Paralelamente, o CPB também realiza neste sábado, 16, as etapas do Meeting Loterias Caixa nas cidades de Salvador (BA) e Campo Grande (MS) para atletas em idade escolar e para os participantes dos Centros de Referência Paralímpicos do CPB nas respectivas unidades federativas.
Diferentemente da competição soteropolitana e campograndense deste final de semana, as marcas alcançadas no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, são válidas para obtenção de uma vaga no Campeonato Mundial de atletismo, em maio, na cidade japonesa de Kobe. Os critérios de entrada para o Mundial de Kobe estão descritos neste link.
O resultado de Wanna no arremesso de peso supera em dois centímetros o antigo recorde mundial, que era da russa Evgueniia Galaktionova, e foi registrado em competição na cidade de Cheboksary, também na Rússia, em agosto de 2023; na ocasião, a atleta arremessou para 7m83. “Estou trabalhando muito para que isso aconteça, estou muito feliz, este recorde é muito importante para mim e para quem trabalha comigo. Mas tenho certeza que posso fazer mais”, disse a amapaense, diagnosticada com paralisia cerebral (falta de oxigenação no cérebro) no parto, há 27 anos.
“Eu sempre sonhei muito grande, sempre acreditei que poderia ir longe, que poderia chegar aqui e conquistar isso [recorde mundial], e eu trabalhei muito para esse sonho, que sempre foi muito alto, para concretizar tudo isso”, celebrou Wanna, que até então tinha 7m66 como sua melhor marca na prova.
Nas provas de pista, o bicampeão paralímpico e tri mundial, Petrúcio Ferreira, da classe T47 (amputados de braço), do Clube Pinheiros (SP), completou os 100m em 10s72 – sua melhor marca é o recorde mundial alcançado em março de 2022, também na pista do CT Paralímpico, com 10s29.
A acreana Jerusa Geber, dona de quatro medalhas em Jogos Paralímpicos, e o guia Gabriel Garcia, correram os 100m da classe T11 (deficiência visual) na manhã deste sábado em 12s35. Jerusa (Nauru) é mais uma atleta brasileira detentora do recorde mundial nesta distância, com 11s83, alcançados no CT em março do ano passado.
Já o paranaense Vinícius Rodrigues (ADD), que no início deste ano participou do reality show Big Brother Brasil, da TV Globo, e foi eliminado em janeiro do programa, concluiu sua segunda prova dos 100m em uma competição oficial neste ano. Neste sábado, ele melhorou em quatro segundos a marca feita no início do mês, no Desafio CPB/CBAt, na pista do Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo.
Em 3 de março, o atleta da classe T63 correu 12s75 e, agora, atingiu 12s71. A melhor marca do atleta na temporada 2023 foi 12s16, no Mundial da modalidade, em Paris, em julho. O recorde mundial da categoria permanece com ele, com 11s95, em abril de 2019, na pista do Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo.
