A Associação Comercial do Paran foi surpreendida com a participação do empresário Luciano Hang, dono da Havan, na reunião da segunda-feira (31) que organizou os detalhes do protesto contra o decreto da bandeira vermelha em Curitiba. No seu discurso para a classe, Hang fez severas criticas ao prefeito Rafael Greca e o governador Ratinho Junior, apesar de não ter sido citado nominalmente pela gestão na pandemia. Na visão do empresário, há exageros nas medidas restritivas para conter o avanço da Covid-19.

“Ou existe maldade ou incompetência dos gestores públicos tanto da cidade de Curitiba quanto do estado do Paraná. Eles não estão resolvendo o problema, estão dificultando. Um dos lugares que mais fecha é Curitiba e um dos estados que está se excedendo no fechamento é o Paraná”, disparou o dono do conglomerado da Havan.

Segundo o empresário, a Havan está com 11 unidades fechadas em todo o Brasil (das 159 existentes). Nove delas são no Paraná, sendo sete em Curitiba, e duas em São Paulo. Hang é aliado do presidente Jair Bolsonaro, que entrou com ação no STF (Supremo Tribunal Federal) para derrubar medidas restritivas adotadas pelo governador do Paraná.

Hang disse que os secretários Beto Preto e Márcia Huçulak, da Saúde, não “querem resolver o problema” e opinou que é preciso dar remédio para a população. Contudo, não existe comprovação científica em relação à eficácia de qualquer medicamento para prevenção da Covid-19, conforme a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), OMS (Organização Mundial da Saúde) e diversas outras entidades sanitárias.

“Não sou daí [do Estado], mas eu acho que não estão testando e dando remédio para a população. [Estão] mandando as pessoas ficarem em casa. Não resolve lockdown”, disse.

PARALISAR ‘GRANDE AVENIDA’ É MELHOR QUE CARREATA, DIZ EMPRESÁRIO LUCIANO HANG

Na reunião, o empresário Luciano Hang ainda opinou como será o protesto e sugeriu que a carreata interrompe o fluxo de uma grande avenida de Curitiba.

“Eu não sei qual vai ser o trajeto, mas deveria terminar na prefeitura de Curitiba. Melhor que carreta é uma paralisação. Pegar uma grande avenida, ou uma grande BR, e parar. Se é para ninguém trabalhar, que ninguém trabalhe. Comércio, serviço, indústria… Mais ninguém. Lockdown geral. Aí talvez funcione. Agora, pegar alguns gatos pingados, não podemos aceitar”, avaliou.

O dono da Havan reiterou todo o apoio por parte dos colaboradores da empresa. Segundo ele, “não é possível mais aceitar a paralisação do comércio.”

“Todos os nossos gerentes e toda a nossa força de trabalho estará nas ruas com vocês. Essa passeata já deveria ter acontecido antes. Só mostrando o poder de quem gera impostos e empregos para esse pessoal incompetente para que talvez eles acordem para resolver, e não criar, problema”, completou Hang.

PROTESTO MARCADO EM CURITIBA

A ACP marcou uma manifestação às 17h desta terça-feira (1) para contestar as atuais medidas de enfrentamento à Covid-19. Além de Luciano Hang, dono da Havan, também participaram da reunião representantes de restaurantes e bares, academias, eventos e a vereadora Indiara Barbosa. O presentes criticaram a gestão de Rafael Greca e apoiam o protesto pela liberação do atendimento presencial nos estabelecimentos dessa terça-feira.

Apesar dos discursos dos empresários contrários ao fechamento dos comércios, não foi decretado lockdown em Curitiba e nem no Paraná. O atual decreto restringe diversos estabelecimentos a funcionarem com delivery, drive thru ou retirada no balcão.

O decreto é mais restritivo que o anterior devido à lotação máxima dos leitos da cidade e o aumento da transmissão da covid. Os hospitais e unidades de Saúde estão no limite de atendimentos e os casos de covid-19 seguem em alta. Diante do cenário, a SMS (Secretaria Municipal da Saúde) sofre pressão de dois lados: s setores econômicos pedem mais flexibilização e os representantes da área da Saúde pedem mais restrições.

 

Escrito por:

0 Comentários

Os comentários estão fechados.

Você também poderá gostar de:

[related_post]