Uma pessoa morre em barcaça usada para abrigar imigrantes na Inglaterra
Um solicitante de asilo morreu nesta terça-feira (12) a bordo de uma barcaça usada, apesar das fortes críticas, para abrigar imigrantes em um cais no sudoeste da Inglaterra, informou a polícia.
A polícia de Dorset disse que foi comunicada às 6h22 (3h22 no horário de Brasília) sobre a “morte súbita de um residente” da barcaça “Bibby Stockholm”, atracada no porto inglês de Portland.
Nesta terça-feira, ao apresentar para o Parlamento um projeto de lei de imigração muito criticado, o ministro do Interior, James Cleverly, assegurou que essa morte será alvo de uma “investigação completa”, embora não haja detalhes, por enquanto, sobre o falecimento.
No canal Sky News, Heather Haddow, coordenadora da associação local Portland Global Friendship, falou sobre seus receios de que uma morte como essa ocorresse.
“É uma preocupação real. É algo sobre o qual todos falamos no grupo, como apoiar as pessoas para prevenir um suicídio, mas sabíamos que ia acontecer”, disse.
Segundo ela, o imigrante falecido havia chegado recentemente e era de um país africano.
“Ele nunca deveria ter sido colocado naquela embarcação”, disse Heather Haddox. “Ontem ele pediu ajuda”, afirmou.
O uso dessas barcaças, denunciado por organizações humanitárias, tem como objetivo reduzir os custos de acomodação para solicitantes de asilo – uma das polêmicas decisões do governo conservador em relação à imigração.
Sua principal medida, que consiste em deportar para Ruanda os imigrantes que chegam ilegalmente ao território britânico, deve ser votada nesta terça-feira pelos parlamentares britânicos.
O texto foi modificado, após sua primeira versão ter sido rejeitada pelos tribunais britânicos, e enfrenta hostilidade tanto da oposição trabalhista quanto da ala mais severa do partido conservador no poder, que considera que não vai longe o suficiente.
Os primeiros imigrantes chegaram em agosto a bordo do “Bibby Stockholm”, com capacidade para 500 pessoas. No entanto, a embarcação precisou ser evacuada até outubro devido a um surto de legionella.