Brachiaria híbrida Dunamis promete ajudar pecuaristas em solos pouco férteis
Produto se adapta a regiões de morro, demanda menos água e resiste até 30 dias ao encharcamento
Um produto inovador chamou a atenção na Agrishow por ser um aliado dos pecuaristas na solução de um grave problema mundial: os solos degradados. Trata-se da semente de capim Dunamis, um cruzamento de dois tipos comuns de brachiaria – a marandu e a decumbens – que se adapta a solos de baixa fertilidade, a regiões de morro e demanda uma quantidade menor de água.
Relatório de 2022 da Organização das Nações Unidas (ONU) aponta que 40% do solo do planeta está degradado, afetando metade da população mundial. No Brasil, dados de 2018 do Ministério do Meio Ambiente indicavam 140 milhões de hectares de terras sem condições de uso, o que corresponde a 16,5% do território nacional. Nesse contexto, a Dunamis, produzida pela Milagro, desponta como um auxílio aos pecuaristas pela versatilidade.
“A Dunamis hoje vai muito bem em solos de baixa fertilidade. É um material que tem baixa exigência hídrica, então com 600 mm de precipitação anual o produtor já consegue formar o seu pasto de Dunamis. Além disso possui estolões que enraízam no solo, o que garante uma cobertura total nas fazendas e também em de regiões de morro”, explica o diretor de Marketing e Vendas da Milagro, Alexandre Hemza.
A Dunamis representa a terceira revolução das brachiarias, devido à união e melhoria de características dos tipos mais populares do mercado, a marandu e a decumbens, também conhecidas como ‘braquiarão’ e ‘braquiarinha’. “É um material muito versátil, que consegue atuar nas principais regiões do Brasil além de também ter uma resistência de 15 a 30 dias ao encharcamento. Ele vai também proporcionar essa possibilidade de atuação em regiões onde, quando falta água, falta muito e quando chove, chove muito”, detalha Alexandre.
Alexandre Hemza defende que a Dunamis é o capim híbrido mais acessível do mercado e aposta no produtor como um pacote tecnológico. “Ele tem a tecnologia da genética, que proporciona tirar as melhores características de cada um dos materiais, a um preço acessível, e, além disso, também vem com tratamento que faz parte desse pacote tecnológico, com tratamento de inseticida, fungicida e microrganismos solubilizadores de fósforo”, destaca.
A professora Janaína Martuscello, da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), é especialista em Forragicultura e Pastagens e acredita no potencial da Dunamis como auxiliar na questão de solos degradados. Ela explica que três questões principais estão diretamente relacionadas à situação das terras degradadas no Brasil.
“O primeiro fator é a escolha errada da planta forrageira, então se escolher errado o capim, você posiciona uma planta em uma região em que ela não está apta a se desenvolver. A segunda maior causa é o erro de manejo, quando você coloca uma carga maior do que o pasto pode suportar. O terceiro é você não fazer manutenção desse pasto ao longo do tempo e deixar ele se degradar”, destaca.
“Ela [Dunamis] entra para preencher um nicho que é interessante, que é essa grande parte do Brasil de baixa fertilidade, e diminui um pouco o custo de produção porque você não precisa trabalhar com altas doses de adubo. “O lançamento de uma planta forrageira já agrega muito ao mercado porque já traz a capacidade que o mercado vai ter de diversificar essas áreas de pastagem. Considerando a boa cobertura de solo que a planta oferece e essa sustentabilidade a longo prazo, é uma planta forrageira que pode, sim, trazer bastantes benefícios para a Pecuária”, finaliza.