28 anos após o Massacre de Eldorado do Carajás, ocupações do MST evidenciam estagnação na reforma agrária
No vigésimo oitavo aniversário do Massacre de Eldorado do Carajás, as ocupações realizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) durante o Abril Vermelho de 2024 ecoam um grito de indignação diante da falta de avanços na luta pela reforma agrária. Os eventos ocorridos neste mês denunciam uma triste realidade: desde o fatídico 17 de abril de 1996, quando 21 camponeses sem terra foram brutalmente assassinados no município paraense, pouco progresso foi feito para garantir justiça e distribuição equitativa de terras.
O Massacre de Eldorado do Carajás, um dos episódios mais sombrios da história recente do Brasil, continua a assombrar a consciência coletiva do país. Neste dia, conhecido mundialmente como o Dia Mundial de Luta Pela Terra, as vítimas são lembradas e sua luta é honrada.
No entanto, as ocupações recentes evidenciam que a memória do massacre não é apenas uma questão de homenagem, mas sim um lembrete doloroso de que a justiça ainda não foi plenamente alcançada. Após quase três décadas, famílias inteiras continuam a viver na incerteza e na precariedade, lutando por um pedaço de terra para chamar de lar.
Enquanto isso, o cenário político e econômico do país continua a favorecer os interesses das elites, deixando os trabalhadores rurais marginalizados e desamparados. A concentração de terras nas mãos de poucos persiste como uma ferida aberta na sociedade brasileira, alimentando conflitos e injustiças que se arrastam por gerações.
À medida que o Brasil avança no século XXI, é imperativo que o governo e a sociedade como um todo assumam um compromisso renovado com a justiça social e a equidade. A reforma agrária não pode mais ser adiada ou negligenciada. É hora de garantir que a promessa de Eldorado do Carajás seja finalmente cumprida, para que as futuras gerações não tenham que enfrentar os mesmos desafios e injustiças que assolam o campo brasileiro há décadas